segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

De volta


Comecei a escrever este blog em Janeiro de 2012, e hoje, quase quase na viragem para 2015, resolvi voltar a ele, e dar-lhe mais vida.
Depois de muito tempo a escrever intensamente, o blog ficou um pouco esquecido, também por conta do tanto a que quero dedicar a minha atenção, e Amor. Mas a verdade é que ultimamente as mensagens de amigos, desta e de outras dimensões, para escrever mais e mais, têm sido muito fortes. E vai daí, e como o coração também pediu, cá estou de volta, qual borboleta saída do casulo. Ainda que esteja sempre num casulo, e a sair de outro! :) Afinal, é isso crescer e aprender!

E poderia começar um novo blog, com novas cores e imagens, mas sinto que tudo o que aqui escrevi, faz parte do caminho percorrido até chegar onde estou hoje, faz parte do ser em que me tornei. E tanto que já mudei... Tanto que deixei de ser, tanto que passei a ser. E não por saudosismo, mas sim porque no fundo, há um fio condutor em todas estas palavras aqui largadas, resolvi mantê-lo.

De volta à blogosfera. :)

Onde me arrumo...

De dentro para fora. Desdobro as emoções com se fossem uma peça de roupa. Tento entender onde pertencem, o que tiram de mim, o que deixam em mim, o que me ensinam, o quanto me fazem sorrir ou chorar. E tantas vezes volto a enrolar tudo e a arrumar cá dentro, sem saber muito bem em que prateleira os colocar. E às vezes sinto que aqui, há um roupeiro cheio de roupa de estações anteriores, que já não servem para nada, amontoadas, desbotadas, mas às quais não consigo dar outro destino, que não seja a morada conhecida, cómoda e aquecida do meu coração. Acho que estou está a precisar, de uma daquelas chamadas limpezas de Primavera. Talvez a faça agora no Outono.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

E quando tudo se quer calar em mim, só quero ser mar e céu.
E deixar transbordar cá dentro, as lágrimas e os risos, calados no correr dos dias. Deixar que se inunde o coração, com a água das emoções, contidas no passar das horas. Deixar que se esgote, o fogo das paixões não vividas e escondidas, sentidas e choradas em silêncio.
E quando tudo se quer calar em mim, quero apenas existir. Só assim… Sem esforço e sem querer, sem limites nem prisões, sem que me vejam, sem que me queiram, sem que me falem ao ouvido, sem que me oiçam.
E quando tudo se quer calar em mim, fico assim parada. Sentindo-me e imaginando-me, a fluir livre como o mar, sendo infinita como o céu.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

EU

Já olhei o mundo com olhos de espanto e ingenuidade, já fechei os olhos por não querer ver, por não querer saber, abri os braços para abraçar, fechei-os em mim para me proteger.
Já senti intensamente, no corpo, na pele, no coração, e por dentro onde não há nome. Já senti o medo e o amor, a tristeza e o desespero, a alegria e a solidão, o apoio incondicional e o abandono. Já vivi à beira do abismo, e já fiz o meu ninho, onde julguei ser para sempre.  Já achei que sabia tudo, para em seguida cair, no fundo da minha total ignorância. Já dei sem saber o que dava, já recebi pela metade, já recebi tanto ,sem saber receber, achando que recebia nada. Já fui tanta coisa, e já descobri que não era nada, e que era tudo ao mesmo tempo. Já desci ao fundo do poço, e já escalei à nuvem mais alta. Dor e felicidade, às vezes em simultâneo dentro de mim. E quem sou , quem fui, quem serei? Tudo isso, tudo isto, tudo o que ainda está por vir.
Parece que já percorri um mundo inteiro, e que dentro desta, couberam milhentas vidas, parece que às vezes me cansa, e outras vezes me assombro com tanta coisa que ainda descubro e aprendo todos os dias.
No fundo é sempre tanto mais o que senti e sinto, do que o que fiz  e faço, porque na vida, tudo para mim se expressa em sentimentos, tudo se entende, pelo arrepio na pele, pelas borboletas na barriga, pelas lágrimas que correm, pelo sorriso rasgado, pelo aperto no peito, pelas pernas que tremem. 
E recebo a vida em mim. Livre, respiro a vida, sou a vida, com toda a sua luz e toda a sua sombra. Haja o que houver, assim será!

terça-feira, 4 de março de 2014

Amor e Sacrificio



Acabou-se me mim toda a poesia, fechou-se em mim a janela que dava para o mar, secou em mim o rio de risos, que corria selvagem.
Agora as minhas palavras são o silêncio, os meus gestos são quietos, o meu sorrir tranquilo e tímido.
Aguardo no meu casulo de luz e sonho, aguardo parada, respirando paciente, sentindo o mundo através deste véu.
Aguardo o momento, o chamamento, a explosão de tudo o que se conteve, aguardo o momento de voar mais uma vez, livre e liberta de mais uma camada de sombra.